Revolta policial. Repetimos a história.

Recentemente, a tentativa da policia militar do Rio de Janeiro em decretar greve, demonstrou mais uma vez que a história parece cíclica quando o assunto é segurança pública; Em julho de 1831 a hierarquia também envergou e quebrou;

  O clima de agitação que vinha desde abril culminou, nos dias 12 e 13 de julho de 1831, com a sublevação, no Rio de Janeiro, do 26° batalhão de infantaria, apoiado, em seguida, pelo Corpo de Polícia. Aderiram à revolta os grupos populares ligados aos exaltados interessados numa reforma profunda da sociedade. Os revoltosos apresentaram as suas exigências: reforma democrática da Constituição; deportação de alguns senadores, militares e funcionários públicos nascidos em Portugal; suspensão da emigração portuguesa por dez anos; e exoneração do ministro da Justiça. (KOSHIBA, “e” PEREIRA, 1998, P. 136)

Naquela ocasião foi realizada a grande reforma na segurança pública orquestrada pelo regente Feijó; que descentralizou o aparato de segurança e extinguiu o antigo modelo.

Os motins de policiais que eclodem em todo o país revelam novamente que; povo que não conhece sua história está condenado a repeti-la.  As greves no Rio de Janeiro e Bahia, vão além das revindicações salariais, elas nos apresentam o desprestigio histórico que o poder público tem em relação a seus agentes da lei. 
Recrutados nas camadas mais baixas da sociedade, estes homens lidam com tudo que a sociedade quer esconder, em troca recebem míseros salários, péssimas condições de trabalho e uma hierarquia militar totalmente inadequada para instituições policiais, atividade civil em todo o mundo.
Tal qual a revolta de 1831, outros setores aderem à causa dos motins, revelando a profunda necessidade de mudanças nas estruturas da sociedade brasileira, onde nosso modelo de segurança pública,  já não se adequa à democracia que aspiramos.